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quarta-feira, 29 de março de 2017

Presidente da Bayer denuncia caso de racismo

http://www.mundonegro.inf.br/nao-contrato-negros-em-rede-social-presidente-da-bayer-brasil-denuncia-caso-de-racismo-durante-processo-de-selecao/

terça-feira, 28 de março de 2017

Há algo de Politico em Carolina Ferras fazer o pela de uma mulher Trans...

http://revistatrip.uol.com.br/tpm/a-gloria-e-a-graca-carolina-ferraz-travesti-cinema-amara-moira?utm_source=facebook&utm_medium=tpm&utm_campaign=a-gloria-e-a-graca-carolina-ferraz-travesti-cinema-amara-moira

Temer dá 6 meses para que Estados e Municípios sejam inclusos na Reforma

Pra quem estava comemorando ficar de fora...

http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,temer-admite-estabelecer-prazo-para-estados-e-municipios-mudarem-previdencia,70001715063

segunda-feira, 27 de março de 2017

Curso de Atenção à Mulher Vitima de Violência

O curso tem como objetivo capacitar profissionais para a abordagem da mulher em situação de violência e é dividido em três módulos:
1. Bases teórico-metodológicas da abordagem da violência
2. Políticas públicas, leis e programas voltados para a mulher em situação de violência
3. O cuidado à mulher em situação de violência sexual

As inscrições podem ser feitas até 6 de abril. Mais informações em http://bit.ly/2nVjWFy.

Edital CONANDA

Chamamento para Projetos Sociais - Edital do CONANDA

http://www.sdh.gov.br/sobre/participacao-social/conselho-nacional-dos-direitos-da-crianca-e-do-adolescente-conanda/chamada-publica

sábado, 25 de março de 2017

A CARTEIRA DE TRABALHO VIROU ITEM DE MUSEU

25/03/2017

Ao ver estas fotos é possivel perceber, que independente da ação usurpadora do governo Getúlio Vargas e do uso político que fez com as demandas dos trabalhadores, o quanto o simples fato do Estado intervir na regulamentação das relações de trabalho, trouxe para uma situação de legalidade milhares de brasileiros POBRES E NEGROS, expandiu a arrecadação  e fez crescer o Brasil. Nesta ocasião Vargas estava a fente de um Golpe e a frante de um Regime Militar, prendeu, perseguiu e mandou matar milhares de oposicionistas, sem justificar estas atrocidades, Vargas era Nacionalista, e apesar de na conjuntura da epoca precisar se abrir a negociação com potências estrangeiras, defendia com unhas e dentes a AUTONOMIA E SOBERANIA nacional, o direito de AUTO DETERMINAÇÃO DOS POVOS. De 1945 à 1964, houveram diversas tentativas de novos golpes, da DIREITA ENTREGUISTA, com o objetivo de destruir na época os direitos sociais conquistados, de abtir o Brasil de forma irrestrita ao mercado Norte Americano, culminando de forma violenta e vil no Golpe Militar de 1964 e na completa perda dos direitos CIVIS.

Hoje Michel Temer e sua corja de CRIMINOSOS, institucionalizados ao longo dos anos no poder, CONSEGUIRAM aquilo qur nem o GOVERNO MILITAR (1964-1984) conseguiu, entregar o proprio BRASILEIRO, ao MERCADO.  SOMOS MERA MERCADORIA, DE POUCO VALOR E AGORA DE "BAIXO CUSTO". Entregues para sermos explorados livremente de todas as formas pelo mercado, o Petróleo, a Agricultura, a Pecuaria, nossas Terras, nossa Água  (Aquífero Guarani), Nosso Povo.

Por isso a constante afirmação de voltamos para a escuridão do trabalho desregulamentado, precário, como uma peba de morte destinada apenas aos POBRES E NEGROS.

José Adriano Marcelino
Professor na UNG no Curso de Serviço Social
Assistente Social na Prefeitura de Santo André

terça-feira, 14 de março de 2017

Suruba I

Se virou "SURUBA", como diz a reportagem, o TJ se consolida como "PROSTIBULO"; onde toda a "SACANAGEM" é permitida..

 https://www.google.com.br/amp/amp.brasil247.com/pt/247/poder/284045

Suruba II

Depois da Suruba na "Casa de Prostituição" e "Justiça"... "Garoto de Programa" visita amante as escondidas...

 http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,em-meio-a-expectativa-com-odebrecht-temer-e-gilmar-mendes-tem-encontro-no-jaburu,70001697878

quarta-feira, 5 de outubro de 2016

Nós Erramos


Frei Betto

      Continuo a fazer coro com o "Fora Temer" e a denunciar, aqui na Europa, onde me encontro a trabalho, a usurpação do vice de Dilma como golpe parlamentar. Porém, as forças políticas progressistas, que deram vitória ao PT em quatro eleições presidenciais, devem fazer autocrítica.

      Não resta dúvida, exceto para o segmento míope da oposição, que os 13 anos do governo do PT foram os melhores de nossa história republicana. Não para o FMI, que mereceu cartão vermelho; não para os grandes corruptores, atingidos pela autonomia do Ministério Público e da Polícia Federal; nem para os interesses dos EUA, afetados por uma política externa independente; nem para os que defendem o financiamento de campanhas eleitorais por empresas e bancos; nem para os invasores de terras indígenas e quilombolas.

      Os últimos 13 anos foram melhores para 45 milhões de brasileiros que, beneficiados pelos programas sociais, saíram da miséria; para quem recebe salário mínimo, anualmente corrigido acima da inflação; para os que tiveram acesso à universidade, graças ao sistema de cotas, ao ProUni e ao Fies; para o mercado interno, fortalecido pelo combate à inflação; para milhões de famílias beneficiadas pelo programas Luz para Todos e Minha Casa, Minha Vida; e para todos os pacientes atendidos pelo programa Mais Médicos.

      No entanto, nós erramos. O golpe foi possível também devido aos nossos erros. Em 13 anos, não promovemos a alfabetização política da população. Não tratamos de organizar as bases populares. Não valorizamos os meios de comunicação que apoiavam o governo nem tomamos iniciativas eficazes para democratizar a mídia. Não adotamos uma política econômica voltada para o mercado interno.

      Nos momentos de dificuldades, convocamos os incendiários para apagar o fogo, ou seja, economistas neoliberais que pensam pela cabeça dos rentistas. Não realizamos nenhuma reforma estrutural, como a agrária, a tributária e a previdenciária. Hoje, somos vítimas da omissão quanto à reforma política.

      Em que baú envergonhado guardamos os autores que ensinam a analisar a realidade pela óptica libertadora dos oprimidos? Onde estão os núcleos de base, as comunidades populares, o senso crítico na arte e na fé?

      Por que abandonamos as periferias; tratamos os movimentos sociais como menos importantes; e fechamos as escolas e os centros de formação de militantes?

      Fomos contaminados pela direita. Aceitamos a adulação de seus empresários; usufruímos de suas mordomias; fizemos do poder um trampolim para a ascensão social.

      Trocamos um projeto de Brasil por um projeto de poder. Ganhar eleições se tornou mais importante que promover mudanças através da mobilização dos movimentos sociais. Iludidos, acatamos uma concepção burguesa de Estado, como se ele não pudesse ser uma ferramenta em mãos das forças populares, e merecesse sempre ser aparelhado pela elite. 

      Agora chegou a fatura dos erros cometidos. Nas ruas do país, a reação ao golpe não teve força para evitá-lo.

      Deixemos, porém, o pessimismo para dias melhores. É hora de fazer autocrítica na prática e organizar a esperança.

Frei Betto é escritor, autor do romance "Minas do ouro" (Rocco), entre outros livros.

http://hojeemdia.com.br/opinião/colunas/frei-betto-1.334186/nós-erramos-1.415888

domingo, 21 de agosto de 2016

A PREVIDÊNCIA NÃO ESTÁ QUEBRADA

A PREVIDÊNCIA NÃO ESTÁ QUEBRADA!

Por José Adriano Marinho
21/08/2016

O INSS é  um "Serviço de Seguro", cobrá compulsoriamente de todos os trabalhadores Assalariados via CLT, soma-se a isso os Autônomos que também pagam. É uma conta simples...

Todo seguro funciona da mesma forma, a proporção de pessoas pagando "sem usar" deve ser sempre maior, de modo que haja reserva e a manutenção dos serviços e benefícios garantidos no seguro.

No Brasil,  no período de maior crise de desemprego, 1992 à 2000 aproximadamente, período em que cerca de 5 milhões de trabalhadores foram demitidos em toda Grande São Paulo; a proporção entre contribuintes e pessoas recebendo benefícios e serviços, estava entorno de 5/1, ou seja um desemprego (seguro desemprego) + aposentados,  pensionistas e outros; de aproximadamente 23% do total de contribuintes. Além de "recursos provenientes da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), Contribuição sobre o Financiamento da Seguridade Social (CSLL) e do PIS-Pasep". Ou seja a previdência não estava quebrada!

Ora , como assim?

Bem, o fato é que por ser compulsória e o beneficiário só usar o serviço quando de fato precisa, os "Administradores" (leia-se Governo) procuram não deixar este dinheiro parado e fazem investimentos, movimentam o dinheiro procurando capitaluza-lo. Na prática isso tem gerado mais dinheiro...

Se gera mais dinheiro... Como está quebrada???

Ah! Aí está o pulo do gato. Se lembra do administrador  (o Governo), como o beneficiário só vai usar quando precisa, em geral ele não sente falta... Quando precisa vai até uma agência da Previdência e busca seus "direitos"; os quais não poucas vezes precisa de um monte de comprovações e muitas vezes é negado!!! Mais o Administrador não, usa esse dinheiro como quer, investe onde quer, e quase sempre não devolve todo o lucro obtido com estas operações... Além de que muitos gestores da previdência usarem do expediente de corrupção para desviar estes recursos. Ainda assim, não está quebrada, acontece que de fato acaba sendo usada como "fonte de finaciamento" para coisas lícitas e ilícitas que nada tem a ver com o trabalhador, e conta no superavit primário das contas públicas.

Assim, passar a "IDÉIA " de Previdência Quebrada sempre foi a forma de esconder uso feito desse dinheiro e de fazer que o trabalhador se resigne à perder direitos, trabalhar mais para manutenção desse "Caixa"! Mesmo assim, a fórmula mais simples para aumentar o "Caixa" da Previdência, é aumentar a arrecadação. O melhor caminho é gerar novos empregos. Bom nos anos noventa com o desemprego alto, o dobro de hoje, isso era muito difícil.

Mais nos anos 2000,    um certo presidente nordestino, antes mesmo de gerar milhões de empregos com a isenção do IPI, percebeu que existiam milhares de pessoas trabalhando informalmente, até por conta do desemprego na década de 90. Então ele criou o Imposto Simples, para facilitar a arrecadação pelas Micro e Pequenas Empresas; Facilitou o Registro de Trabalhadores Autônomos, incluindo camelôs, empregadas domésticas, e Donas de Casa, e os trabalhadores rurais, além dos empregos gerados pela isenção de impostos  (Lembra do IPI, que possibilitou que os preços de carros, linha branca de eletrodomésticos e Construção Civil, casas e apartamentos ficassem muito mais baratos e possibilitando que cada "paneleiro desse pais", assim como os mais pobres pudessem comprar sua casa própria ou seu carro?). Com isso triplicou a arrecadação do INSS. Hoje a proporção é de 8/1 de contribuintes em relação aos beneficiários. Logo, a Previdencia não está quebrada.

Como afirma Gilson Sampaio, "na... conta da previdência — a receita — devem ser incluídas não apenas as contribuições previdenciárias mas também recursos provenientes da Contribuição Social Sobre Lucro Líquido (CSLL), Contribuição sobre o Financiamento da Seguridade Social (CSLL) e do PIS-Pasep.

Para se ter uma ideia da diferença que esse ‘detalhe’ faz, contadas apenas as contribuições previdenciárias, a receita bruta da previdência em 2014 foi de R$ 349 bilhões para pagar um total de R$ 394 bilhões de benefícios. Essa conta, que a Economosta Denise caracteriza como “simplista”, mostra um déficit de R$ 45 bilhões — ainda assim muito menor do que o anunciado pelo governo. Quando, no entanto, se considera a receita total, incluindo os mais de R$ 310 bilhões arrecadados da CSLL, Cofins e PIS-Pasep, esse orçamento pula para R$ 686 bilhões."

No entanto, sim existe crise, e essa crise não é do Brasil, é da Economia Mundial, e como não somos uma ilha , ela rebate na gente sim.

Aqui é que as coisas ficam interessantes... o Grande Capital estrangeiro perdeu muito dinheiro nos Estados Unidos e na Europa (se lembra que Espanhóis,  Franceses, Portugueses e tantos outros povos, dito como ricos, estavam migrando para o Brasil para trabalhar aqui?) . Faziam isso pois a crise internacional gerou alto índice de desemprego em seus países,  e as políticas econômicas adotadas por seus países eram recessivas, ou seja, invés de investir no consumo interno, e na diminuição de custos para facilitar o acesso a bens, eles cortaram direitos trabalhistas. Em quanto no Brasil se fazia justamente o contrário, se investiu na demanda interna, no aumento de escolaridade e no acesso de bens básicos  (surgiu a nova classe média....).

Bom, o grande capital internacional , percebeu que temos recursos passivos muito grandes, capazes de nós proteger de diversas crises, entre estes passivos, estão o Pré Sal, a Bio Diversidade,   a  imensidão de áreas produtivas (agrária e pecuária), e em parceria com "setores" internos mais conservadores iniciaram um processo contínuo de desconstrução "ideológica" das conquistas dos últimos anos.

O Capital, tem por natureza se acumular, não se distribuir. Outro passivo importante no país e que faz a maquina girar é a população, e sua grande massa de trabalhadores. Assim outra forma de ampliar a arrecadação do INSS é o que o Congresso Nacional a pedido do Presidente Interino ( em parceria das Federações e Confederações de Empresarios) vem fazendo e desconstruir a legislação trabalhista e de seguridade social.

Nesse aspecto vemos propostas como "Planos de Saúde Populares" em detrimento do investimento no SUS, o Corte de Investimento em Educação, Aumento da Carga Horária de Trabalho para 80 horas, diminuição do intervalo de almoço para 30 min, aumento de 11 para 14% de contribuição ao INSS, aposentadoria somente após os 70 anos, contribuição mínima para acessar a aposentadoria de 20 anos em detrimento dos 15 anos que é hoje, e para acessar a alicota máxima do benefício de aposentadoria, ter tempo de contribuição acima de 35 anos para homens e mulheres... entre muitas outras propostas que estão sendo votadas e aprovadas no Congresso; com o argumento da Crise e da Quebra da Previdência...

Por que não sabemos disso???? Por que a grande mídia não tem a menor intenção que vc saiba, simples assim...

Não é que eles não publiquem ou falem em seus telejornais. Mais quando fazem, colocam de forma discreta no canto da página no meio do jornal , entre um assunto é outro no noticiário da TV.

A verdade é que a previdência não está quebrada!

José Adriano Marinho
Assistente Social e Professor na Universidade de Guarulhos
Especialista em Administração e Planejamento.

Sugiro a Leitura da Fonte abaixo, trás dados mais técnicos e quantitativos.

Fonte da citação e da imagem:
http://gilsonsampaio.blogspot.com.br/2016/07/a-fabula-da-previdencia-quebradaesta.html?m=1

quinta-feira, 9 de junho de 2016

Escola Sem Partido: um misto de inquisição e Macarthismo

Andre Jorge Marinho
06/06/2016

Certamente, vivemos momentos sem precedentes na história da educação brasileira. O avanço de concepções totalitárias, com o argumento de combater a “doutrinação ideológica nas escolas”, apresenta reflexos no crescimento de ações sectárias e fundamentalistas contra os docentes e a escola pública.

As teses do movimento Escola Sem Partido – ESP têm alimentado uma verdadeira cruzada contra o que eles chamam de “doutrinação marxista” nas escolas. A acidez dos discursos remonta o Macarthismo, movimento inaugurado a partir das ideias do senador americano, Joseph McCarthy, responsável pela perseguição de artistas, políticos e cidadãos comuns nos EUA durante a década de 1950. Tinha como justificativa combater o comunismo, aos moldes da santa inquisição, iniciada no século XIII. Esse movimento tem promovido a perseguição de todos aqueles que ameacem as suas doutrinas.

Originado em São Paulo, no ano de 2004, o movimento tem atuado no âmbito nacional. Fundamentado no moralismo cristão, defende que a função da escola não é garantir educação e sim instruir, pois, quem educa, é a família. Temas como criacionismo e evolucionismo, por exemplo, podem ser considerados contrários às bases religiosas dos estudantes e docentes. Por isso, podem ser acionados judicialmente, como indica a página do movimento. Essa perspectiva é venenosa aos avanços científicos e remonta a uma época obscura, onde o pensar era abominável e restrito a poucos.

Mas afinal, o que sustenta essa concepção ideológica do ESP?

Em primeiro lugar, o fundamentalismo religioso. Na medida em que o movimento coloca a moral cristã como parâmetro, em meio a um país com tamanha diversidade étnica e religiosa, demonstra o caráter ultraconservador e alimenta a intolerância religiosa. Desconsiderando, inclusive, a própria Constituição Federal que assegura a liberdade de consciência e crença como direitos invioláveis pautados no respeito à diversidade de concepções.

Em segundo, o combate à doutrinação ideológica. Fundamentada por pensadores liberais como Olavo de Carvalho, a arquitetura ideológica do movimento desperta uma fúria inflamada contra a cidadania, solidariedade e diversidade cultural. Para o movimento, esses valores remetem de forma inequívoca ao discurso da esquerda. Nesse sentido, para o ESP, a escola não pode defender a cidadania como direito humano, valorizar a solidariedade e defender a diversidade cultural. Esse papel é da família. Ou seja, a base argumentativa secciona as relações individuais das coletivas produzindo uma bolha nas relações humanas. Sem dúvida, esse pensamento reforça a xenofobia e o totalitarismo.

A liberdade de expressão tem sido a cortina de fumaça para fomentar o discurso de ódio contra docentes e a escola pública. Em 2015, a prova de redação do ENEM teve como tema “a persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. Imediatamente, o ESP ingressou com ação de inconstitucionalidade ao tema, através de ação civil pública contra o presidente do INEP, alegando que a prova não assegurava o direito a outras respostas, o que geraria a eliminação do candidato que não se posicionasse contrário à violência contra a mulher. Sem titubear, o Ministério Público arquivou a ação frente à tamanha inconsistência argumentativa. No artigo de Miguel Nagib, fundador do ESP, adotando, como referencial teórico o twitter do músico Roger Moreira, da banda Ultraje a Rigor, afirmou: “Ganham zero ideias que desrespeitem os direitos humanos. Ué? Não é prova de redação? Ou é controle do pensamento?”.

Na prática, essa argumentação, reforçada por códigos morais baseados nas leis incontornáveis do sexo biológico, é parteira de uma narrativa na contramão dos valores humanitários. Sob a luz do macarthismo e da inquisição, envoltas no combate à ideologia de gênero e o comunismo, o ESP promove a desqualificação das lutas históricas dos movimentos feministas, antirracistas e LGBT e contribuem para a perpetuação das bases discriminatórias, violentas e opressivas pautadas pela homofobia, misoginia, racismo e machismo em pleno século XXI. O crescimento dessas ideias no Brasil, não apenas no campo educacional, mantém intimidade com outras expressões da ultradireita pelo mundo. Esse avanço ameaça a dignidade da pessoa humana, prevista em nossa Constituição Federal, tornando-a letra morta.

O movimento também tem se apresentado como ferrenho combatente dos partidos de esquerda, em especial, o PT. Esse ataque raivoso camufla o alinhamento político-partidário do ESP com setores conservadores e retrógrados da sociedade brasileira.

A sua base de articulação no Congresso Nacional passa pelo Deputado João Campos (PSDB-GO) criador do Projeto 234/11, mais conhecido com a Cura Gay, e líder da Frente parlamentar evangélica (detentora de 197 votos na Câmara). O Deputado Eduardo Cury (PSDB-SP), apoiador das reformas educacionais do governo Alckmin e defensor do papel da escola com atuação apenas no básico (Português e Matemática) e que articula no parlamento brasileiro o discurso da escola empreendedora e tecnicista. Outro é o Deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), coordenador do PSDB na Comissão de Educação e Cultura e responsável por um conjunto de audiências públicas na Câmara pró-ESP. Inclusive, a última audiência do dia 2 de junho de 2016, para debater a Base Nacional Comum Curricular – BNCC, com presença ativa do ESP, foi proposta por ele.

Além deles, Izalci Lucas Ferreira (PSDB-DF) cumpre papel estratégico. O deputado é o autor do PL 867/15 proposta que institui o Programa Escola Sem Partido nacionalmente. O parlamentar já protagonizou outros ataques à educação, inclusive o PL 6.003/13 que extingue as disciplinas de filosofia e sociologia das escolas. Ele também representa os interesses das escolas privadas e franquias internacionais da educação, vide os volumosos recursos a sua campanha em 2014, por esses setores.

O combate à escola pública tem sido a tônica desses parlamentares com o discurso da sua falência, a partir da responsabilização dos docentes. Afastam, propositalmente, a responsabilização de inúmeros governos pelo histórico de precarização da escola públicas. A solução defendida por eles está no repasse da administração das escolas públicas para o setor privado (vide o caso das escolas de Goiás). O discurso do ESP é tão ideológico como qualquer outro. Os acordos com PSDB e a defesa da privatização da escola pública desmascaram a imparcialidade do movimento.

A tramitação de propostas como: escola sem partido ou escola livre, está presente em inúmeras Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais do país, como tem denunciado o Movimento Liberdade para Educar. É preciso pressionar o legislativo e interromper a escalada dessas propostas. Só interessa uma escola que não escolariza aos que defendem a não escolarização da população mais pobre. A defesa é por uma escola com educação e não sem educação.

É preciso repudiar esse discurso macarthista e inquisidor. A pluralidade de ideias e concepções asseguradas pela Carta Magna e na LDBEN são avanços civilizatórios importantes e não podemos retroceder. Defender a escola pública, laica, gratuita e de qualidade não será feita com mordaça. Será feita com o avanço da cultura democrática e respeito às diferenças.

Andre Jorge Marinho - Coordenador do Fórum Estadual de Educação do Rio de Janeiro. Professor de História da rede pública e setor privado. Diretor da CUT e CONTEE.

Fonte: http://www.democraciasocialista.org.br/democraciasocialista/noticias/item?item_id=2692152

domingo, 24 de abril de 2016

PARABÉNS AO CATRACA LIVRE POR ESTE POSICIONAMENTO!!!!

Bom no mais, em um Estado de Direito Democrático, a liberdade é um bem maior e ela não é algo individual ou para uma maioria em detrimento de uma minoria e vice versa. (Explicando: "MINORIA" = a todas as pessoas homens ou mulheres que tem suas liberdades cerceadas por quem detém o poder, ainda quem detenha o poder seja "minoria" numérica, assim "minoria" não se refere à número de indivíduo, mais acesso desigual ao poder, mesmo em um Estado Democrático de Direito.

Assim, garantir os Direitos Humanos,  NÃO É UMA OPÇÃO E TÃO POUCO UMA LIBERDADE QUE TENHO DE FAZE-LO OU NÃO;  trata-se aqui de uma OBRIGAÇÃO, para que haja a garantia plena de que TODOS,  sejam tratados com dignidade . (EXPLICANDO : Tratar com "DIGNIDADE" , não é o mesmo que IGUALDADE, até por que de fato somos diferentes em si. Dignidade refere - se a "Espécie Humana". É as diferenças aqui registradas , não exclui o "Direito a IGUALDADE PERANTE A LEI" , de modo que possibilita que mesmo os diferentes tenho nesse Estado de Democrático de Direito, as mesmas CHANCES E OPORTUNIDADES dos demais cidadãos.

Logo, apenas falar contra os Direitos Humanos já é "considerado crime" , por sua natureza sectarismo e escludente , considerando a existência e a manutenção de um "ESTADO DE EXCEÇÃO" , onde é permitido "Legalmente" que sejam "tratados, considerados, etc melhores que os outros... e os outros são caracterizados como cidadãos de "2° Classse".

Bom, se conseguiu ler até aqui, já é um bom começo pra lidar com a tolerância e respeito. Sim , o que Bolsonaro faz é CRIME, e não tem nada haver com sinceridade. Sim quem defende essa posição também é criminoso, em menor grau, mas sim criminoso. Sim, em um Estado de Direito Democrático, os Direitos Humanos não são uma opção! E por fim , fazer estas afirmações que faço garante o DIREITO DE TODOS,  inclusive de quem quiser continuar cometendo crime , o que é uma opção pessoal e nada tem haver com Liberdade de Expressão e sim com o desrespeito à tudo que é humano.

Para saber um pouco mais:
Link para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o qual o Brasil e Signatário "http://www.dudh.org.br/declaracao/"

Paz e Luz à todos nesses dias sombrios em que estamos vivendo!

quinta-feira, 21 de abril de 2016

O Brasil ficou barato

O Brasil ficou barato...

Para aqueles que ainda insistem em pousar de inocentes úteis,  que querem acabar com a corrupção batendo panelas, que cospem nos livros de história e ensinam seus filhos a odiarem os "deiferentes" , que falam em nome de um deus "de conveniência",  saibam que não existe ação sem consequência, e omissão também é também uma ação.

Torcer a lei pra realizar objetivos pessoais é crime... e este é o crime que cometem e defendem...

Hoje é notório, tudo que já afirmavamos aqui se concretiza a olhos vistos, acordo pra soltar o Deocidio, acordo para anistiar o Cunha, Moro deixando de lado a "Lava Jato", ataque a liberdade de expressão na internet, ataque aos direitos trabalhistas... e por aí vai...

Tudo isso "patrocinado" para tornar o "Brasil" barato e pronto pra ser vendido a "preço de banana" como fez Fernando Henrique Cardoso, pra justificar a recessão e o desemprego.

Coloquei abaixo um dois prints de tela que expressam claramente a "sanha" mesquinha e perniciosa a qual ficamos submetidos pelo ato covarde dos corruptos , incentivados pelos reacionários batedores de panela.

Um mostra uma página do Facebook do Estadão  (com link patrocinado da Empiricus). E outro print da própria Empiricus, que atua na especulação financeira como avalista de risco... onde procuram desmistificar o "risco" de comprar ações do Brasil, pois segundo eles, o momento é mais que propício. Menos pra mim... ou pra vc.

quinta-feira, 31 de março de 2016

10 coisas que o Brasil inteiro precisa saber.

Por Igor Fuser *
Lula Marques

O pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff não tem NADA A VER com a Operação Lava Jato, nem com qualquer outra iniciativa de corrupção.

É preciso avisar todos os brasileiros, informar de um modo tão claro e objetivo que até as carrancas do Rio São Francisco tenham conhecimento de que:

1.O pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff não tem NADA A VER com a Operação Lava Jato, nem com qualquer outra iniciativa de combate à corrupção. Dilma não é acusada de roubar um único centavo. O pretexto usado pelos políticos da oposição para tentar afastá-la do governo, a chamada “pedalada fiscal”, é um procedimento de gestão do orçamento público de rotina em todos os níveis de governo, federal, estadual e municipal, e foi adotado nos mandatos de Fernando Henrique e de Lula sem qualquer problema. Ela, simplesmente, colocou dinheiro da Caixa Econômica Federal em programas sociais, para conseguir fechar as contas e, no ano seguinte, devolveu esse dinheiro à Caixa. Não obteve nenhum benefício pessoal e nem os seus piores inimigos conseguem acusá-la de qualquer ato de corrupção.

2.O impeachment é um golpe justamente por isso, porque a presidente só pode ser afastada se estiver comprovado que ela cometeu um crime - e esse crime não aconteceu, tanto que, até agora, o nome de Dilma tem ficado de fora de todas as investigações de corrupção, pois não existe, contra ela, nem mesma a mínima suspeita.

3.Ao contrário da presidenta Dilma, os políticos que pedem o afastamento estão mais sujos que pau de galinheiro. Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que como presidente da Câmara é o responsável pelo processo do impeachment, recebeu mais de R$ 52 milhões só da corrupção na Petrobrás e é dono de depósitos milionários em contas secretas na Suíça e em outros paraísos fiscais. Na comissão de deputados que analisará o pedido de impeachment, com 65 integrantes, 37 (mais da metade!) estão na mira da Justiça, investigados por corrupção. Se eles conseguirem depor a presidenta, esperam receber, em troca, a impunidade pelas falcatruas cometidas.

4.Quem lidera a campanha pelo impeachment é o PSDB, partido oposicionista DERROTADO nas eleições presidenciais de 2014. Seu candidato, Aecio Neves, alcançar no tapetão o mesmo resultado político que não foi capaz de obter nas urnas, desrespeitando o voto de 54.499.901 brasileiros e brasileiras que votaram em Dilma (3,4% mais do que os eleitores de Aecio no segundo turno).

5.Se o golpe se consumar, a oposição colocará em prática todas as propostas elitistas e autoritárias que Aecio planejava implementar se tivesse ganho a eleição. O presidente golpista irá, com toda certeza, mudar as leis trabalhistas, em prejuízo dos assalariados; revogar a política de valorização do salário mínimo; implantar a terceirização irrestrita da mão-de-obra; entregar as reservas de petróleo do pré-sal às empresas transnacionais (como defende o senador José Serra); privatizar o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal; introduzir o ensino pago nas universidades federais, como primeiro passo para a sua privatização; reprimir os movimentos sociais e a liberdade de expressão na internet; expulsar os cubanos que trabalham no Programa Mais Médicos; dar sinal verde ao agronegócio para se apropriar das terras indígenas; eliminar a política externa independente, rebaixando o Brasil ao papel de serviçal dos Estados Unidos. É isso, muito mais do que o mandato da presidenta Dilma ou o futuro político de Lula, o que está em jogo na batalha do impeachment.

6.É um engano supor que a economia irá melhorar depois de uma eventual mudança na presidência da república. Todos os fatores que conduziram o país à atual crise continuarão presentes, com vários agravantes. A instabilidade política será a regra. Os líderes da atual campanha golpista passarão a se digladiar pelo poder, como piranhas ao redor de um pedaço de carne. E Dilma será substituída por um sujeito fraco, Michel Temer, mais interessado em garantir seu futuro (certamente uma cadeira no Supremo Tribunal Federal) e em se proteger das denúncias de corrupção do que em governar efetivamente. A inflação continuará aumentando, e o desemprego também.

7.No plano político, o Brasil mergulhará num período caótico, de forte instabilidade. A derrubada de uma presidenta eleita, sacramentada pelo voto, levará o país em que, pela primeira vez desde o fim do regime militar, estará à frente do Executivo um mandatário ilegítimo, contestado por uma enorme parcela da sociedade.

8.O conflito dará a tônica da vida social. As tendências fascistas, assanhadas com o golpe, vão se sentir liberadas para pôr em prática seus impulsos violentos, expressos, simbolicamente, nas imagens de bonecos enforcados exibindo o boné do MST ou a estrela do PT e, de uma forma mais concreta, nas invasões e atentados contra sindicatos e partidos políticos, nos ataques selvagens a pessoas cujo único crime é o de vestir uma camisa vermelha. O líder dessa corrente de extrema-direita, o deputado Jair Bolsonaro, já defendeu abertamente, num dos comícios pró-impeachment, que cada fazendeiro carregue consigo um fuzil para matar militantes do MST.

9.Os sindicatos e os movimentos sociais não ficarão de braços cruzados diante da truculência da direita e da ofensiva governista e patronal contra os direitos sociais durante conquistados nas últimas duas décadas. Vão resistir por todos os meios – greves, ocupações de terras, bloqueio de estradas, tomada de imóveis, e muito mais. O Brasil se tornará um país conflagrado, por culpa da irresponsabilidade e da ambição desmedida de meia dúzia de políticos incapazes de chegar ao poder pelo voto popular. Isso é o que nos espera se o golpe contra a presidenta Dilma vingar.

10.Mas isso não acontecerá. A mobilização da cidadania em defesa da legalidade e da democracia está crescendo, com a adesão de mais e mais pessoas e movimentos, independentemente de filiação partidária, de crença religiosa e de apoiar ou não as políticas oficiais. A opinião de cada um de nós a respeito do PT ou do governo Dilma já não é o que importa. Está em jogo a democracia, o respeito ao resultado das urnas e à norma constitucional que proíbe a aplicação de impeachment sem a existência de um crime que justifique essa medida extrema. Mais e mais brasileiros estão percebendo isso e saindo às ruas contra os golpistas. Neste dia 31 de março, a resistência democrática travará mais uma batalha decisiva.

É essencial a participação de todos, em cada canto do Brasil, Todos precisamos sair às ruas, em defesa da legalidade, da Constituição e dos direitos sociais. Todos juntos! O fascismo não passará! Não vai ter golpe!

(*) O texto incorpora trechos de artigos de Jeferson Miola e de Fabio Garrido. Igor Fuser é professor de relações internacionais na Universidade Federal do ABC (UFABC).

Fonte da imagem: http://www.wsantacruz.com.br/wp-content/uploads/2015/02/brazil-dilma-rousseff.jpg

Fonte do Artigo: Revista Carta Maior
http://cartamaior.com.br/?%2FEditoria%2FPolitica%2F10-coisas-que-o-Brasil-inteiro-precisa-saber%0A%2F4%2F35808

quinta-feira, 17 de março de 2016

A VINGANÇA DA VIZINHA

"Natura deficit,
Fortuna Mutatus
Deo Omini Cernit"

A Natureza falha
A sorte Muda
Deus Observa e Discerne

"Ubi omnia scire putamus ...
Scimus quia nihil est quod ...
Tantum possum melius ...
Et conculcet in via ..."

Sempre achamos que sabemos tudo...
O Fato é que não sabemos nada...
Só me resta ponderar pelo melhor...
E trilhar o caminho reto...

Vamos começar pelo começo,

Como Assistente Social, por vezes nos chegam casos de que envolvem a "suspeita" de abuso sexual contra criança/adolescente. Moralmente falando, são casos execrados pela sociedade e pela opinião pública. Devida a intensidade das emoções ali envolvidas, e as consequências para todas as partes, até que a "suspeita" se torne fato, procuramos proceder com descrição e cuidado na disponibilização de informações, e segue-se as investigações em sigilo de justiça, ate que seja julgado e promulgada uma pena... ou não! Até que verifica-se a inocência do suspeito...ou não!

Temos visto o linchamento público de fato de "pessoas" que alguém falou que fez; que alguém disse ter visto; isso tem sido lançado livremente sem escrúpulos nas redes sociais, e vez ou outra vemos mães, pais, trabalhadores, adolescentes sendo "literalmente" espancados publicamente, em nome de uma justiça feita com as próprias mãos, para logo em seguida, então, ser noticiado que foi engano, que aquela pessoa não era que diziam que era...

Me lembro de um caso no ano passado em Santos/SP onde uma mulher foi espancada pelo turba enlouquecida de seu bairro, acusada via FaceBook de fazer rituais satânicos com crianças... Bom, mulher foi, morta, ninguém foi preso, e descobriu-se que se tratava apenas de uma vingança de uma vizinha, que postou essa informação na internet...
E a "turba" executou o desejo da vizinha...

Então... Como disse lá no início "sempre achamos que sabemos tudo, mais o fato é que não sabemos nada...", para se garantir a justiça, condenação ou absorvição, de maneira irrefutável e com isenção, é esperado que as instituições e profissionais envolvidos em um processo de investigação mantenham o sigilo profissional e o sigilo de justiça. Garantia de que "todos" são inocentes até que se julgue em contrário.

No final das contas e longe dos "méritos", "culpas" e "responsabilidades"; vivemos hoje aquele segundo fatídico "antes da queda", irmãos contra irmãos, amigos tornando-se inimigos, em função do "vazamento" seletivo e "ilegal" de informações que deveriam seguir em sigilo de justiça.

Em quanto país, já vimos este filme, em quanto "cidadãos", emitimos opiniões sobre "fatos" escolhidos a dedos por quem não se importa nem um pouco com o tamanho da queda, ou resultado do choque contra o fundo do abismo...

Sugiro ponderação, em um momento difícil, e convido a observarem com clareza para um fato obvio, Verifiquem quem é que esta nas ruas se atacando fisicamente uns com os outros? Quem em meio ao caos instalado ganha com tudo isso?

quinta-feira, 10 de março de 2016

Microcefalia

Pessoal, quem conhecer ou souber de alguém que tenha na família bebês que nasceram com microcefalia, orientem a fazer o cadastro no portal do Sarah para iniciarem o processo de  reabilitação. http://www.sarah.br/consultas/microcefalia

Vamos divulgar até chegar em quem precisa

sábado, 23 de janeiro de 2016

As Ocupa-Ações Secundarista em SP: da autodefesa do espaço à escola autogerida

Por Sandro Barbosa de Oliveira

Mas de onde veio essa força política? Ao que parece, ocupar uma escola foi ocupar o coração do espaço público na sociedade, o que permitiu aos estudantes se apropriarem de um espaço que não estava efetivamente em suas mãos e que lhes atribuiu legitimidade e reconhecimento por parte de diversos países.

Era madrugada do dia 10 de novembro quando a notícia de um acontecimento inusitado repercutiu entre os estudantes secundaristas: a Escola Estadual Diadema havia sido ocupada por seus próprios estudantes em uma ação direta de luta e denúncia do fechamento de alguns ciclos do ensino pela Secretaria de Educação do Governo do Estado de São Paulo. Na sequência, articulada com a primeira ocupação, estudantes ocuparam a Escola Estadual Fernão Dias Paes, no bairro de Pinheiros em São Paulo, demonstrando uma articulação inédita entre estudantes de escolas diferentes e em cidades diferentes – Diadema e São Paulo. Estava aberta a temporada de ocupações das escolas públicas estaduais do estado mais rico e economicamente desenvolvido do país.

Não demorou muito para ocorrer no dia 11 a terceira ocupação na Escola Salvador Allende, localizada no Conjunto José Bonifácio, na zona leste, periferia de São Paulo. Mas o que essas ocupações reivindicavam? Como já é de conhecimento público, iniciaram uma luta contra a proposta do governo tucano de reorganização escolar e fechamento de 94 escolas no estado. Não por acaso, as ocupações das escolas Diadema e Fernão Dias estavam sendo planejadas há mais de 6 meses em decorrência da ausência de diálogo por parte do governo com os estudantes e seus responsáveis. Na ausência de diálogo e diante de uma condição que os afetaria diretamente por essa medida, os estudantes adotaram uma ação radical: ocuparam e resistiram em suas escolas para forçar o governo a retroceder no pleito e reconsiderar a proposta, uma luta que foi ganhando força política e algo assim não havia sido visto ainda no Brasil.

Mas de onde veio essa força política? Ao que parece, ocupar uma escola foi ocupar o coração do espaço público na sociedade, o que permitiu aos estudantes se apropriarem de um espaço que não estava efetivamente em suas mãos e que lhes atribuiu legitimidade e reconhecimento por parte de diversos setores sociais. O movimento de ocupação das escolas cresceu e se generalizou em grandes centros urbanos do estado, o que demonstrou que além de um movimento secundarista foi também um movimento urbano em defesa de um espaço público importante na sociedade: a escola pública.

Para quem é do movimento de moradia ou mesmo dos sem-terra e ocupa terras ou imóveis vazios sabe que toda ocupação é um processo de luta e formação de militantes, pois a luta educa e ensina aprendizados políticos que não estão nos livros. Todavia, a experiência dos mais velhos fortalece a inexperiência dos mais jovens, o que permite ao movimento obter conquistas ou aprender com as derrotas. No caso dos estudantes secundaristas, qual foi a experiência anterior de ocupação de escola? Pois é, como não houve experiências passadas de ocupações, os estudantes tiveram que aprender fazendo. O fazer então se tornou a melhor maneira de dizer, e fazendo foram aprendendo como tomar decisões coletivas, dividir tarefas e assumir maiores responsabilidades. Eles foram influenciados pela experiência dos estudantes chilenos através de cartilhas e do vídeo A revolução dos pinguins, o que permitiu pensar que fazer ocupações era possível, além de contar com o apoio de outros movimentos. Antes das ocupações eles realizaram manifestações e atos contra a reorganização escolar, ações que não tiveram repercussão até os adventos das ocupações.

Só foi com o movimento de ocupações das escolas que houve uma repercussão social, e ele parece que nasceu de uma relação casual (causa/efeito) diante do antagonismo com a proposta de reorganização escolar do governo. As ocupações só se tornaram realidade quando o governo anunciou as 94 escolas que seriam fechadas e quais ciclos de ensino seriam encerrados. Dessa ação governamental veio a reação dos estudantes que continha uma intencionalidade política de ocupar e resistir, o que permitiu perceber que o movimento nascente despontava sob uma finalidade: barrar a reorganização e pautar a participação estudantil na direção e nos rumos das escolas.

Nesse contexto, o que o movimento de ocupações quis dizer para a sociedade? Um dos primeiros dizeres foi que os estudantes querem participar das decisões que afetam suas vidas. Então, querer participar é querer se autodeterminar, aspecto primário em qualquer democracia direta como proposta política que advém da participação direta e se contrapõe a democracia representativa, aquela em que se elegem representantes do “povo”, e ao seu participacionismo. Como a maioria dos brasileiros sabe, vivemos em tempos de crise da democracia representativa, o que implica repensar os modos de fazer política no país. A crise da democracia representativa é a crise de um sistema político inoperante para as classes trabalhadoras e populares, modo de regulação política que envolve partidos políticos, instituições eleitorais e instâncias administrativas de um Estado de viés patrimonialista sob um regime de acumulação de capital autoritário e segregador, que funciona para as classes dominantes – industriais, banqueiros, latifundiários e imobiliários. Portanto, o que os estudantes estão nos ensinando é que a participação se constrói de baixo para cima e não de cima para baixo como tem sido feita na moribunda democracia representativa. Eles fizeram isso através de assembleias diárias em que tomavam as decisões conjuntas sobre os rumos das ocupações e de seu nascente movimento. Isso não quer dizer que fizeram isso sem conflito, até porque toda luta envolve um enfrentamento externo e outro interno ao próprio movimento.

Outro dizer dos estudantes foi inovador nessa jornada: as aulas públicas sobre sexualidade, sistema político, autogestão, direito à cidade, entre outros temas, desenvolvidos por professores parceiros da luta; atividades culturais – teatrais, musicais e artísticas que ocorreram nas escolas; e as oficinas de grafite, de camisetas, de desenho, entre outras; que refizeram o sentido da educação através da educação sob um novo sentido. Essa nova escola, portanto, nasce no seio da velha escola a partir da iniciativa dos estudantes, não de professores, nem de diretores tampouco do estado político. O que eles nos ensinaram é que é preciso ousar para tudo ter e de que o amanhã nasce do hoje. Por isso, essa nova educação implica partir dos reais anseios dos estudantes.

Ao ocupar escolas por um movimento que se generalizou para mais de 220 escolas, os estudantes ocuparam um espaço público que precisava ser apropriado por quem estuda lá, e toda apropriação envolve uma luta por autodeterminação, que se desdobrou em uma construção da autonomia através da pedagogia da luta e da educação transformadora. Como já disse o educador Paulo Freire, a educação é uma forma de intervenção no mundo. Então, ocupar e resistir na escola pública representou não apenas autodefender o direito a uma educação de qualidade, mas também de autodeterminá-la a partir das reais necessidades dos estudantes que insurgiram contra um processo antidemocrático que veio de cima para baixo.

Nessa luta, a cada ação um dizer, a cada dizer uma necessidade, a cada necessidade um ensinamento. Assim foi o movimento de ocupações estudantis que sacudiu o estado de São Paulo no final de 2015. Essas ocupações evidenciaram que há uma luta pela apropriação do espaço público que se contrapõe a lógica da propriedade privada, que mercantiliza e priva de acesso os estudantes periféricos e filhos de trabalhadores. Em síntese, a autodefesa da escola foi a defesa da educação pública em contraposição a sua terceirização e futura privatização. Portanto, os estudantes também disseram que a saída não está na mercantilização do ensino, mas sim no fato de que a escola que eles querem precisa garantir a participação direta, a autodeterminação e o envolvimento de crianças e adolescentes em seu projeto político-pedagógico.

Como os estudantes disseram isso? Realizaram e organizaram inúmeras assembleias para tomar as decisões sobre os rumos das ocupações; dividiram-se em comissões de “segurança” (ou autodefesa), cozinha, comunicação, limpeza, entre outras, para manter o espaço da escola organizado e limpo; organizaram aulas públicas com professores parceiros, atividades culturais com coletivos amigos e ensaiaram a construção de uma nova escola a partir do processo de autogestão (em algumas escolas) e de centralismo democrático (em outras escolas) vivenciando-os na luta contra a reorganização. Essas experiências de autogestão e centralismo democrático não são novas na história, até porque foram criadas pela classe trabalhadora em seus movimentos. Mas o que foi inovador foi haver ocorrido nas escolas públicas. Por isso, quem foram os protagonistas desse movimento? Estudantes filhos de trabalhadores moradores do centro e da periferia, considerados “uma geração perdida” e que disseram já basta aos desmandos na educação pública no estado de São Paulo, estado que está sendo governado há mais de vinte anos pelos tucanos, partido de frações da grande e da  pequena burguesia que têm uma visão empresarial e privatista do serviço público.

Os tucanos, ao dizerem que a escola estava fechada e que as aulas estavam paralisadas por causa das ocupações, quiseram apagar o movimento real que ocorreu ali: aulas, aprendizados, relações sociais e participação responsável dos estudantes com o espaço ocupado: nunca antes quiseram estar tanto na escola. Então, é possível afirmar que a escola esteve em pleno funcionamento, mas este foi autodeterminado por seus estudantes. Por isso, o que eles aprenderam com as ocupações em dois meses de luta foi um aprendizado para uma vida que nenhum professor ou livro didático faria em anos. É no processo de luta por outra sociedade que os trabalhadores e seus filhos constroem as organizações e instrumentos de luta, oscilando entre a capacidade de criar novas relações sociais igualitárias e reproduzir relações desiguais, hierárquicas e deformadas quando organizações ou aparelhos políticos substituem os trabalhadores na direção de suas lutas¹.  Em diversas escolas organizações “representativa” dos secundaristas²  apareceram para colocar suas bandeiras sem ter contribuído com a organização da luta (em algumas escolas os estudantes nunca viram essas organizações). Por essa ausência, elas foram rechaçadas por alguns estudantes, o que mostrou os sintomas da crise de representatividade em um movimento que buscou construir pela base e junto com os estudantes (e não para os estudantes) suas pautas de reivindicações.

No entanto, não se pode negar a contribuição de algumas organizações e instrumentos criados historicamente pelos trabalhadores e estudantes em uma luta que adquire caráter universal (a educação pública). Nesse contexto, a luta dos secundaristas contou com apoio também da Defensoria Pública do Estado e de sindicatos, movimentos sociais e das comunidades onde estavam, mas foram eles que construíram a “direção coletiva” em reuniões de comando das ocupações. Foi então um movimento que conseguiu ir além da reorganização escolar, porque passou a se construir como uma luta em defesa da educação pública sob outros pressupostos, já que eles tiveram a chance de pautar “que escola nós queremos” a partir das vivências que tiveram nas ocupações. Deixaram, portanto, um recado para toda a sociedade: as transformações e mudanças efetivas só podem ocorrer a partir da luta popular – só a luta muda a vida.

Foi com essa mensagem de luta direta organizada de baixo para cima que os estudantes fecharam o ano 2015 evidenciando que não basta tomar as ruas, mas que é preciso tomar os meios de produção (nesse caso, as escolas) sob os aspectos do fazer e da gestão no contexto da luta de classes e do poder popular, para se pautar outro sentido de reorganização do ensino e da educação pública na sociedade, ao permitir a socialização do saber e o saber da socialização. Por fim, a mensagem das ocupa-ações secundarista em SP não será esquecida, porque mostrou a necessidade e a possibilidade de se organizar a escola de maneira autogerida com participação direta de seus estudantes junto aos professores e funcionários, deixando evidente que uma outra educação é possível porque outra sociedade é possível: é preciso construí-la como projeto político, econômico e social. Axé e vida longa à luta estudantil secundarista!

Sandro Barbosa de Oliveira

Sandro Barbosa de Oliveira é professor, educador popular, bacharel em Ciências Sociais pelo Centro Universitário Fundação Santo André (CUFSA), mestre em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e doutorando em Sociologia pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). É também associado e cientista social da Usina Centro de Trabalhos para o Ambiente Habitado.

1  Maurício Tragtenberg, Reflexões sobre o socialismo, São Paulo, Unesp, 2008.

2  União Municipal-UMES, União Paulista-UPES, e União Brasileira dos Estudantes Secundarista-UBES

22 de Janeiro de 2016

Palavras chave: Escolas, ocupações, educação, reorganização, São paulo, Alckmin, Geraldo, repressão, polícia

Fonte: http://www.diplomatique.org.br/acervo.php?id=3173&tipo=acervo

CURSO PREPARATÓRIO PARA CONCURSOS PÚBLICOS


A Faculdade Paulista de Serviço Social possui um trabalho único na realização de cursos intensivos aos interessados em seguir uma carreira que demande concurso, geralmente em instituições públicas de grande porte.

Conquistar uma vaga em uma empresa pública é um dos desejos comuns entre os trabalhadores, pois estas são consideradas vagas de estabilidade, com boa remuneração e benefícios.

Com corpo docente de maioria composta por mestres e doutores, a FAPSS realiza intensivos para concursos obtendo grandes níveis de aprovação.

INTRODUÇÃO

O curso preparatório para concursos público do INSS visa fornecer conhecimentos que serão requisitados na prova, tendo módulos compostos por:

Língua Portuguesa;
Noções de Direito;
Direito Constitucional;
Técnicas de Aprimoramento de Estudo;
Legislação da Assistência Social;
Legislação Previdenciária;
Raciocínio Lógico.
A FAPSS - Faculdade Paulista de Serviço Social de São Paulo, oferta tal curso com o intuito de colaborar com o aprimoramento dos candidatos no tocante à qualificação profissional, observando a demanda do mercado mais exigente atualmente.

Informações, matrículas e local de realização ligue: (11) 3666-0246

Ou no link: http://fapss.br/capacitacao/preparatorio-para-concursos-publicos.php